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Você se sente deprimido(a)? O Papa Francisco tem uma palavra para você

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Reportagem local - publicado em 05/03/20

São 3 as atitudes necessárias e as graças que devemos pedir ao Senhor nesses momentos

Este estado obscuro da alma – sem esperança, desconfiado, sem vontade de viver – tem nome. E é preciso saber identificá-lo para poder superá-lo, afirma o Papa Francisco.

Tal estado chama-se “desolação espiritual“. O Papa falou sobre isso e deu dicas de como sair dessa condição em uma homilia na Casa Santa Marta (27/09/2016).

Quando a pessoa se encontra deprimida e sem vontade de viver, é preciso pedir ao Senhor 3 graças.

A primeira delas é a do reconhecimento: “reconhecer a desolação espiritual.”

A segunda é a graça da oração: “rezar quando nos sentimos dominados por este estado de desolação espiritual.

E a terceira é a graça do acompanhamento: “saber acompanhar as pessoas que sofrem momentos difíceis de tristeza e de desolação espiritual.”

O Papa Francisco reconhece e explica a gravidade da desolação espiritual. Tanto é que ele a compara à situação vivida por Jó na Bíblia.

Jó sofria porque tinha perdido tudo. Todos os seus bens, inclusive os seus filhos. E depois adoeceu de uma doença semelhante à lepra: grave, cheio de chagas.

Segundo o Papa, o sofrimento de Jó “era tal que a um certo ponto, ele abriu a boca e amaldiçoou o seu dia, o que lhe acontecia, dizendo: «Pereça o dia em que nasci e a noite em que foi dito: foi concebido um varão. Seria melhor que tudo isto não tivesse acontecido. Melhor a morte do que viver assim»”.

No entanto, o Papa Francisco explica que Jó não quis amaldiçoar o Senhor. Ele apenas desabafou, diante da sua carga de sofrimento.

Este estado obscuro da alma, sem esperança, desconfiado, sem vontade de viver nem de ver o fim do túnel, com muita agitação no coração e nas ideias», é vivido por todos os homens e mulheres.

1Reconhecer

A desolação espiritual “faz-nos sentir como se tivéssemos a alma esmagada, que não quer viver: é melhor a morte!, foi o desabafo de Jó, melhor morrer do que viver assim.”

Mas “quando o nosso espírito está neste estado de tristeza ampliada, que quase não temos fôlego, devemos compreender que isto acontece a todos: de modo mais ou menos acentuado, mas acontece a todos”.

Trata-se de um convite a “compreender o que acontece no nosso coração”, a questionar-nos sobre “o que deveríamos fazer quando vivemos estes momentos obscuros, devido a uma tragédia familiar, uma doença, ou outra situação que nos desanima”.

O Papa Francisco diz que não adiante buscar refúgio apenas em medicamentos, nem muito menos começar a beber “dois, três, quatro copos para esquecer”, pois isso não resolve.

2Rezar

A primeira atitude é rezar. “Oração forte, forte, forte”, pede o Papa, citando o Salmo 87 (“chegue a ti a minha oração, Senhor” – leia a íntegra abaixo).

Foi isso que fez Jó: “Clamo, dia e noite. Por favor, ouve a minha súplica”.

Portanto, é uma oração que consiste em “bater à porta, mas com força: ‘Senhor, estou cansado de desventuras. A minha vida está à beira do inferno. Sinto-me como aqueles que descem à fossa, sinto-me como um homem já sem forças'”.

Na vida – disse o Papa – “quantas vezes nos sentimos assim, sem forças’.

Contudo ‘o próprio Senhor nos ensina como rezar nestes momentos difíceis: “Senhor, lançaste-me na fossa mais profunda. Pesa sobre mim o teu furor. Chegue a ti a minha oração”.

Devemos rezar desse modo nos momentos difíceis, obscuros, de desolação, esmagadores, que nos sufocam.

Porque isso é “rezar com autenticidade’ e, de qualquer maneira, serve ‘inclusive para desabafar como desabafou Jó com os filhos. Como um filho’.

3Acompanhar

Diante de uma pessoa que está passando pela desolação espiritual, as palavras podem ferir.

Por isso, basta apenas estar próximo, de modo que a pessoa que sofre sinta a proximidade, sem fazer discursos.

Quando uma pessoa sofre, está na desolação espiritual, devemos falar o menos possível e ajudar com o silêncio, a proximidade, as carícias e a oração diante do Pai.

Eis a íntegra do Salmo 87 para você recitar com fé

Senhor, meu Deus, de dia clamo a vós, e de noite vos dirijo o meu lamento. Chegue até vós a minha prece, inclinai vossos ouvidos à minha súplica. Minha alma está saturada de males, e próxima da região dos mortos a minha vida. Já sou contado entre os que descem à tumba, tal qual um homem inválido e sem forças. Meu leito se encontra entre os cadáveres, como o dos mortos que jazem no sepulcro, dos quais vós já não vos lembrais, e não vos causam mais cuidados. Vós me lançastes em profunda fossa, nas trevas de um abismo. Sobre mim pesa a vossa indignação, vós me oprimis com o peso das vossas ondas. Afastastes de mim os meus amigos, objeto de horror me tornastes para eles; estou aprisionado sem poder sair, meus olhos se consomem de aflição. Todos os dias eu clamo para vós, Senhor; estendo para vós as minhas mãos. Será que fareis milagres pelos mortos? Ressurgirão eles para vos louvar? Acaso vossa bondade é exaltada no sepulcro, ou vossa fidelidade na região dos mortos? Serão nas trevas manifestadas as vossas maravilhas, e vossa bondade na terra do esquecimento? Eu, porém, Senhor, vos rogo, desde a aurora a vós se eleva a minha prece. Por que, Senhor, repelis a minha alma? Por que me ocultais a vossa face? Sou miserável e desde jovem agonizo, o peso de vossos castigos me abateu. Sobre mim tombaram vossas iras, vossos temores me aniquilaram. Circundam-me como vagas que se renovam sempre, e todas, juntas, me assaltam. Afastastes de mim amigo e companheiro; só as trevas me fazem companhia…

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DepressãoEsperançaMeditaçãoPapa Francisco
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