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Papa: abrir mão daquilo que é secundário

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Antoine Mekary | ALETEIA

Reportagem local - Vatican News - publicado em 11/03/20

"Cada pessoa é chamada a redescobrir o que conta realmente, daquilo que realmente necessita", disse o Papa Francisco hoje em sua catequese

Com a Praça de São Pedro fechada por causa do coronavírus, o Papa Francisco ministrou sua catequese desta quarta-feira da biblioteca do Palácio Apostólico, no Vaticano.

A catequese do Papa foi transmitida ao vivo pelo Vatican News e pelas redes sociais.

Francisco deu continuidade ao ciclo sobre as bem-aventuranças. Hoje ele meditou sobre a quarta delas: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados”

Fome e sede são necessidades primárias, dizem respeito à sobrevivência. Mas fome e sede de justiça falam de outra exigência vital e não se trata de vingança.

Certamente, as injustiças ferem a humanidade; a sociedade humana tem urgência de equidade, de verdade e de justiça social; recordam que o mal sofrido pelas mulheres e pelos homens do mundo chega até o coração do Pai. Qual pai não sofreria pela dor dos seus filhos?

Mas a fome e a sede de justiça de que fala o Senhor, prosseguiu o Papa, é ainda mais profunda do que a legítima necessidade de justiça humana que todo homem carrega em seu coração.

No próprio “sermão da montanha”, Jesus fala de uma justiça maior do que o direito humano, dizendo: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” (Mt 5,20). É a justiça que vem de Deus (cfr 1 Cor 1,30).

Sede de verdade e de bem

Nas Escrituras, há uma sede ainda mais profunda do que aquela física. Como diz o Salmo 63, a nossa alma tem sede de Deus, como terra deserta, árida, sem água.

Santo Agostinho expressou o que significa esse desejo, quando afirmou que o nosso coração permanece inquieto até repousar em Deus.

Em todo coração, até mesmo na pessoa mais corrupta e distante do bem, está escondido um anseio rumo à luz, mesmo se sob os escombros de enganos e erros, há sempre a sede de verdade e de bem, que é a sede de Deus. É o Espírito Santo que suscita esta sede.

Por isso a Igreja é enviada a anunciar a todos a Palavra de Deus, porque o Evangelho de Jesus Cristo é a maior justiça que se possa oferecer ao coração da humanidade, que é uma sua necessidade vital, mesmo que não perceba.

Cada pessoa é chamada a redescobrir o que conta realmente, daquilo que realmente necessita, o que faz viver bem e, ao mesmo tempo, o que é secundário e aquilo que, tranquilamente, podemos abrir mão.

Nesta bem-aventurança, Jesus anuncia que há uma sede que não será desiludida, porque corresponde ao coração próprio de Deus e à semente que o Espírito Santo semeou em nossos corações.

Francisco concluiu: “Que o Senhor nos dê esta graça, de ter esta sede de justiça, que é a vontade de encontrar, de ver Deus e de fazer o bem aos outros.”

(Com Vatican News)

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