O templo foi vandalizado e saqueado: os jihadistas profanaram objetos sacros e chegaram a dinamitar a torre
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Igreja incendiada pelo Estado Islâmico em 2014, a paróquia da Imaculada Conceição na cidade de Qaraqosh receberá a visita do Papa Francisco durante a sua viagem apostólica ao Iraque neste próximo mês de março.
A ida de Francisco a Qaraqosh está marcada para 7 de março, um domingo. A cidade é a de maior presença cristã no país, que é predominantemente muçulmano. Qaraqosh foi uma das localidades mais devastadas pelo sanguinário bando terrorista Estado Islâmico na década passada, durante os anos de horror em que os jihadistas tentaram implantar na região um novo califado.
Na cidade, localizada na Planície de Nínive, Francisco encontrará a comunidade local, fará um discurso e rezará o Ângelus.
Será uma jornada bastante intensa. No mesmo dia, pela manhã, o Papa voará da capital, Bagdá, para Erbil, no Curdistão iraquiano, onde as autoridades religiosas e civis o recepcionarão. Logo depois, ele irá de helicóptero até Mossul, onde rezará em sufrágio das vítimas da guerra. Na sequência, prosseguirá, também de helicóptero, até Qaraqosh. O Papa ainda retornará a Erbil para presidir a Santa Missa, à tarde, no estádio Franso Hariri. Após a celebração, Francisco voltará de avião para Bagdá.
Igreja incendiada pelo Estado Islâmico
A respeito da igreja da Imaculada Conceição em Qaraqosh, a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) a descreve como “um dos maiores e mais antigos templos cristãos do Iraque” e, por isso mesmo, “um importante símbolo do patrimônio dos cristãos desta cidade e da região da Planície de Nínive”.
Devido à invasão dos jihadistas do Estado Islâmico, milhares de cristãos foram forçados a abandonar suas casas em Qaraqosh e fugir na tentativa de salvar a vida. A fase mais dramática da invasão e da violência na cidade foi entre 2014 e 2016.
Também chamada de Al-Tahira, a igreja sofreu danos de alta gravidade. Além de incendá-la, os jihadistas a vandalizaram e saquearam. Deixaram pinturas total ou parcialmente destruídas e profanaram objetos religiosos. Chegaram até a dinamitar a torre.
Em outubro de 2016, o exército iraquiano e as tropas aliadas derrotaram o Estado Islâmico na região e reconquistaram o território, o que permitiu que, aos poucos, uma parte dos cristãos expulsos retornasse. Hoje, estão de volta cerca de 43% das famílias cristãs que ali viviam antes da invasão.
As Santas Missas foram imediatamente retomadas na igreja, apesar dos intensos danos, ao mesmo tempo em que a restauração foi rapidamente iniciada sob a supervisão do pe. Ammar Yako. Em janeiro de 2021, uma estátua de Nossa Senhora, com 4 metros de altura, foi colocada na torre, finalmente restaurada. A escultura é obra de um artista cristão local.
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