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Mais um padre sequestrado na Nigéria: onda de raptos de cristãos não cessa

Violência na Nigéria

Sunday Aghaeze / AFP

Reportagem local - publicado em 24/03/21

País mais populoso da África vive longa onda de perseguição religiosa e de violência contra civis

Mais um padre sequestrado na Nigéria: o pe. Harrison Egwuenu, diretor do colégio Saint George de Obinomba, foi raptado em 15 de março em Abraka, sul do país, num episódio que, lamentavelmente, é “apenas mais um” nas trágicas estatísticas de violência contra cristãos na mais populosa nação do continente africano.

Fontes locais divulgaram que os sequestradores literalmente arrancaram o pe. Egwuenu do carro em que ele estava, enquanto disparavam tiros de fuzil para o ar – pelo menos 15 cartuchos de Kalashnikov foram recolhidos do local do sequestro, junto ao veículo usado pelo sacerdote, que ficou abandonado à beira de uma estrada.

Mais um padre sequestrado na Nigéria

Sequestros de sacerdotes, seminaristas e freiras se tornaram comuns na Nigéria, assim como já eram comuns os sequestros massivos de estudantes em algumas regiões do país. Um dos episódios mais impactantes mundialmente foi o rapto das 276 estudantes de Chibok, mas houve casos ainda mais “volumosos”, como o sequestro de mais de 500 mulheres e crianças em Damasak, no final de 2014.

A escalada de raptos de religiosos foi tamanha que a Conferência Episcopal da Nigéria chegou a divulgar que não pagaria mais resgates, visando desestimular esse tipo de crime.

Dom Ignatius Ayau Kaigama, arcebispo da capital Abuja, assim descreve a perseguição religiosa atual na Nigéria:

“É uma doença que está se espalhando sem que seja feito nenhum esforço significativo para combatê-la. Há urgente necessidade de que o governo nigeriano enfrente a situação, treinando os agentes de segurança para agirem com mais eficácia”.

“Estão matando cristãos como frangos”

A necessidade é de muito mais eficácia do governo e das forças de segurança, mas a realidade é outra, conforme resumida por outro arcebispo da Nigéria, dom Matthew Man-oso Ndagoso, da arquidiocese de Kaduna:

“Estão matando cristãos como frangos”.

A declaração foi dada em 26 de abril de 2019 ao portal católico LifeSiteNews, e já na época fazia referência à onda de sequestros de cristãos e aos ataques anticristãos perpetrados pelo bando jihadista Boko Haram e pelos pastores nômades extremistas da etnia Fulani, seguidores de uma seita islâmica.

O sequestro do pe. Harrison Egwuenu foi confirmado pelo administrador da catedral do Sagrado Coração da diocese de Warri, pe. Benedict Okutegbe, que pediu orações pela libertação do sacerdote.


Les actes terroristes sont presque quotidiens au Nigeria

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PadresPerseguiçãoTerrorismo
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