Mais um padre contrário ao regime comunista de Cuba sofre ameaças no país, que, recentemente, passou por uma onda de protestos implacavelmente esmagada pela ditadura. Na ocasião, vários seminaristas e sacerdotes foram detidos junto com centenas de cidadãos descontentes com a longa crise econômica e social vivida pelos habitantes da ilha.
O pe. Rolando Montes de Oca, da província de Camagüey, é um dos sacerdotes cubanos que têm denunciado com frequência o regime de Havana e as suas violações aos direitos humanos.
Nesta semana, vândalos sujaram a fachada da casa paroquial onde ele reside e picharam nela xingamentos ao sacerdote, como “verme asqueroso” – um insulto recorrente de adeptos do regime comunista de Cuba contra opositores.
Via rede social, o sacerdote reagiu questionando:
“Estão tentando criar terror? Querem que nos envergonhemos de pregar a liberdade? ‘Verme’ é a ofensa antiquada que os castristas usavam contra quem pensa diferente deles. Querem que tenhamos muito ódio e sejamos violentos contra os agressores? Para mim isso é impossível”.
O pe. Rolando lamentou o desperdício cometido pelos vândalos ao jogarem ovos contra a sua casa – o produto “está caro e escasso em Cuba”, recordou ele.
O padre prosseguiu:
“Companheiros agressores, eu não terei medo nem ódio de vocês. Acredito no Deus do Amor. A Cuba pela qual eu rezo e trabalho é uma Cuba onde ninguém merece insultos nem ovadas por pensar diferente. Nem vocês. Se vocês querem inimigos para fazer guerra, vão procurar outro. Que Deus os perdoe. Eu já os perdoei e agora os convido a fazerem parte dessa Cuba nova, a de todos, porque a dos ovos e dos insultos é mesquinha e indigna do nosso povo nobre, com o qual eu grito e rezo: LIBERDADE!”
