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Polícia Federal pede prisão preventiva do padre Robson de Oliveira

Padre Robson

Padre Robson de Oliveira / Facebook (Reprodução)

Padre Robson de Oliveira

Reportagem local - publicado em 22/11/21

O processo contra o padre se encontra arquivado por decisão judicial

A prisão preventiva do padre Robson de Oliveira foi pedida pela Polícia Federal (PF) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) na última quarta-feira, 17 de novembro, estando o caso sob a responsabilidade do ministro-relator Benedito Gonçalves.

Em agosto de 2020, o padre Robson foi acusado de desviar vultosas somas do dinheiro doado por fiéis ao Santuário do Divino Pai Eterno em Trindade, GO. Na época, o sacerdote era reitor do santuário e presidente da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). Segundo as acusações investigadas pela Operação Vendilhões, o padre Robson estaria envolvido em organização criminosa, falsidade ideológica, apropriação indébita e lavagem de dinheiro.

O processo acabou arquivado por decisão judicial. Os recursos haviam levado o caso ao Superior Tribunal de Justiça, que, em maio deste ano, confirmou decisão anterior do Tribunal de Justiça de Goiás pelo arquivamento da ação.

Segundo a mídia, no entanto, arquivos de áudio posteriormente anexados ao processo sugerem que teria havido compra de sentença favorável ao sacerdote na Justiça de Goiás. Os áudios apreendidos do celular do padre Robson incluiriam uma conversa entre ele e seus advogados a respeito de um suposto pagamento de propina de R$ 1,5 milhão a desembargadores do tribunal, visando favorecer o sacerdote.

Cleber Lopes, advogado do padre Robson, declarou à imprensa que a recente solicitação de prisão preventiva pela Polícia Federal “não tem base jurídica nenhuma”. Ele acrescenta: “Encontraram diálogos que suspostamente foram apreendidos na Operação Vendilhões. Segundo eles, revela a corrupção no TJGO [Tribunal de Justiça de Goiás]. Tem diálogo do advogado que fala com fulano, que sugere pagamento de vantagem no tribunal. Diálogo de advogado em processo cível, no caso da fazenda. Pegaram o diálogo e apontaram crime de corrupção”.

O STJ, por sua vez, emitiu nota em que declara não divulgar informações “sobre ações originárias em segredo de justiça, as quais estão sob o comando dos respectivos relatores, sob pena de prejuízo ao andamento das investigações”.

Na tarde desta segunda-feira, 22, o ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, tem audiência com a defesa do padre Robson. Segundo o advogado Cleber Lopes, a audiência é por videoconferência, no gabinete do ministro, “para despachar nossa petição refutando a representação da autoridade policial”. O advogado acrescentou, em declaração à imprensa, que a sua expectativa é de que o pedido da Polícia Federal seja indeferido.

No tocante ao áudio que motivou o pedido de prisão preventiva, Cleber Lopes afirma que “não há nada de novo nesse pedido de prisão”, ao passo que, para a PF, seria necessário um “aprofundamento das investigações para que esse fato seja elucidado para o bem da sociedade goiana e do sistema judiciário e não continue coberto pelo manto da impunidade dos ‘poderosos’”.

O padre Robson está temporariamente afastado do exercício do ministério sacerdotal por decreto de dom Washington Cruz, arcebispo metropolitano de Goiânia. A congregação dos redentoristas, à qual pertence o padre Robson, também o proibiu temporariamente de celebrar os sacramentos e participar de programas de rádio, TV ou internet.

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