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Cultivar a gratidão muda o cérebro e deixa pessoas mais felizes

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fizkes | Shutterstock

Octavio Messias - publicado em 06/03/22

Em vez de reclamar por suas frustrações e daquilo que sente que lhe falta, experimente agradecer por aquilo que você já tem… as neurociências recomendam

Você já agradeceu hoje pelo ar que você está respirando, pelo alimento que te sustenta, pelas pessoas que o cercam, pela vida que você tem? Cultivar a gratidão não só é uma boa prática cristã, um gesto de humildade, uma forma de reconhecer a nossa pequeneza diante Dele e diante do Universo, como também uma maneira de combater a depressão preventivamente. Essa foi a conclusão de um estudo de neuroimagem conduzido pela  Universidade Indiana e publicado no respeitado jornal científico NeuroImage, editado pela editora holandesa Elsevier.

Mudança no cérebro

O estudo constatou como: quando expressar gratidão se torna uma rotina, o cérebro naturalmente passa a me sentir mais grato pelo mundo e pelos outros, fica condicionado a reagir às pequenas coisas com gratidão, o que tem efeito positivo na vida afetiva e cognitiva de qualquer um.

Os pesquisadores chegaram a essas considerações ao avaliarem um experimento com 43 voluntários. A metade dos participantes foi sugerido que escrevessem cartas de agradecimento, pensando em destinatários específicos, que poderiam enviar ou não ao fim do estudo. O que foi chamado de “sessão de gratidão”, que consistiu em diversos encontros com 20 minutos de duração. 

Neuroimagem

Passados três meses de atividades, os pesquisadores iniciaram uma série de exames de neuroimagem comparando a atividade cerebral do grupo que passou três meses exercitando a gratidão com a dos que apenas passaram por atendimento psicológico. A avaliação não se dava em qualquer contexto, mas no da exibição de fotos de pessoas que teriam feito grandes doações em dinheiro à pesquisa. 

Os pesquisadores puderam observar que os voluntários que haviam participado das sessões de gratidão demonstraram maior atividade nas áreas do cérebro relacionadas à empatia, à capacidade de se colocar no lugar do outro e, claro, de exercitar agradecimento. Isso é importante pois a gratidão costuma ser um indicador importante em diversas escalas de bem-estar emocional e esse resultado aponta para maneiras de desenvolver a habilidade de ser grato. 

Olhar puro

A lógica defendida pelos estudiosos é que quando ocupamos nosso cérebro ativamente de coisas que temos a agradecer, ele registra que estamos bem e se permite contribuir para que outras pessoas também o fiquem. Ao contrário das preocupações, que ativam o gatilho da escassez e alimentam a ansiedade. A gratidão é sobre reconhecer tudo que nos foi dado e ser genuinamente grato por isso. 

Como disse Papa Francisco na Oração de Ação de Graças, realizada em 30 de dezembro na Biblioteca do Palácio Apostólico: “Na nossa existência, mais de uma pessoa fitou-nos com um olhar puro, gratuitamente. Muitas vezes são educadores, catequistas, pessoas que desempenharam o seu papel além da medida exigida pelo dever. E eles fizeram surgir em nós a gratidão. A amizade é também um dom pelo qual devemos estar sempre gratos.”

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