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Morre idoso que criou parque de diversões gratuito em seu próprio quintal

children playing in the park playground on a sunny and green day

Shutterstock

Octavio Messias - publicado em 08/04/22

Adalberto Costa de Campos Bueno, que em 1969 abriu a Adalbertolândia, a “Disney do Sumaré”, um parque em propriedade privada aberto ao público, deixa legado inspirador

Basta um passeio pelas ruas íngremes dos bairros de Perdizes e Sumaré, em São Paulo capital, para notar seu acelerado processo de verticalização. Na esquina das ruas Paulino Longo e Plínio de Moraes, no entanto, a menos de 50 metros da avenida Alfonso Bovero, resiste o exemplo de um ser humano que não se pautou pelo lucro ou pelo benefício individual.  

Ali, 53 anos atrás, quando as ruas ainda não haviam ainda sido asfaltadas, o publicitário Adalberto Costa de Campos Bueno, então com 42 anos, costumava observar, da varanda de sua casa, a movimentação das crianças para brincar e se divertir na praça Abelardo Rocas, no mesmo quarteirão, de topografia íngreme e, à época, sem nenhum brinquedo ou atração. 

Diversão

Seu Adalberto, como era chamado, resolveu então trazer a diversão praticamente para dentro de casa, com a criação da Adalbertolândia, que hoje é conhecida como “A Disney do Sumaré”, instalada em um terreno próximo à propriedade privada e aberta ao público sem cobrar ingresso. Foram gerações que cresceram na Zona Oeste e frequentavam o parque na infância e que hoje levam seus filhos para ali se divertirem. 

“Sempre podemos – e devemos – oferecer alguma coisa para os outros e não pedir nada em troca”, diz a placa que fica na entrada do parque, que está dividido em dez trilhas mágicas a serem percorridas pelos pequenos frequentadores, todas adornadas pelas árvores e plantas cuidadas pelo proprietário. 

Crianças “de até 100 anos”

Adalberto construiu com as próprias o castelinho “permitido para crianças de até 100 anos” e os bancos de madeira, além de ter cuidado da restauração do carrossel, de gangorras, balanços e de cada detalhe do parque. 

Desde 1969, quando a Albertolândia foi aberta, era raro não vê-lo ali, se divertindo ao ver a diversão da criançada, quando não estava brincando feito uma delas. Seu Adalberto sabia da importância de brincar no desenvolvimento infantil e de uma infância saudável para formar adultos felizes.   

Segundo obituário publicado pela Folha de S. Paulo, há mais de 50 anos recusava ofertas de incorporadoras pela propriedade. Seu Adalberto morreu de causas naturais no último dia 19 de abril, aos 94 anos, em São José do Rio Preto (SP). Ele deixa filhos, netos e um legado de diversão, torçamos, para muitas e muitas gerações por vir. Viva seu Adalberto.

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