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China julga cardeal de 90 anos por “ameaça à segurança nacional”

Cardeal Joseph Zen na China

Peter PARKS | AFP

Francisco Vêneto - publicado em 27/10/22

O Cardeal Joseph Zen, arcebispo emérito de Hong Kong, é perseguido pelo Partido Comunista e se declara inocente

A ditadura comunista da China está julgando um cardeal de 90 anos por “ameaça à segurança nacional”.

Bispo emérito de Hong Kong, o cardeal Joseph Zen Ze-kiun se declarou inocente, ontem, 26, das acusações de irregularidades na gestão de um fundo para despesas judiciais de manifestantes que foram processados pelo regime de Pequim após protestos em favor da democracia.

O Fundo de Ajuda Humanitária 612, que já está encerrado desde outubro de 2021, tinha sido criado para apoiar as pessoas feridas ou presas durante as manifestações de 2019 contra a nova lei de segurança que o regime comunista quis impor a Hong Kong.

Para o Partido Comunista Chinês, a organização beneficente que geria o fundo não estava registrada de acordo com a Portaria das Sociedades. A defesa dos acusados alega que o registro não era obrigatório. Entretanto, o promotor Anthony Chay Tin sustenta que o fundo era de natureza política e, portanto, não poderia ser isentado da obrigatoriedade de registro público.

Em 11 de maio de 2022, o cardeal Zen foi preso sob alegações de ameaça à segurança nacional da China devido à sua ligação com a organização beneficente que tinha criado o Fundo de Ajuda Humanitária 612. No mesmo dia, sob as mesmas acusações, foram presos também o ex-deputado Cyd Ho, o professor Hui Po-keung, a advogada Margaret Ng e os ativistas Sze Ching-wee e Denise Ho. O ex-parlamentar continua preso por ter participado de um protesto não autorizado.

Caso seja condenado, o cardeal Zen poderá ser multado em até 1.270 dólares, equivalentes a pouco menos de 7 mil reais. O julgamento será retomado na próxima segunda, 31 de outubro.

O cardeal Zen é aberto defensor do movimento pró-democracia em Hong Kong. Por isso mesmo, está na mira do regime chinês há anos. O prelado católico se manifesta contra as políticas de controle de Pequim sobre as atividades religiosas e criticou enfaticamente a polêmica Lei de Segurança Nacional, que pode ser (e é) utilizada contra a Igreja.

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