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Relatório aponta que a perseguição aos cristãos está piorando na China

Bandeira da China e mãos em oração

MDV Edwards | Shutterstock

J-P Mauro - publicado em 24/02/23

Os fiéis cristãos enfrentam forte pressão do Partido Comunista Chinês, bem como prisões arbitrárias, demolições de igrejas e assédio constante

Um novo relatório da organização cristã não governamental ChinaAid, que promove o respeito aos direitos humanos e à liberdade religiosa na China, vem chamando as atenções para o aumento da perseguição anticristã no país asiático.

Com o endurecimento de uma série de leis impostas do Partido Comunista Chinês (PCC) no ano passado, a variedade das formas de perseguição tem incluído crescentemente a sinicização forçada, ou seja, a “adequação” artificial de doutrinas e ritos para ficarem mais “alinhados” com a cultura chinesa tal como o regime a interpreta. As novas leis também impõem reformas educacionais de teor ideológico, além de manterem atropelos generalizados aos direitos dos indivíduos e dos grupos cristãos.

A ChinaAid detalha o cenário no seu Relatório Anual de Perseguição 2022, de 63 páginas, lançado neste 14 de fevereiro.

O documento observa que a pressão do governo contra as igrejas cristãs e contra os fiéis para cederem à ideologia comunista os deixou hesitantes em expor a sua situação ao resto do mundo. À medida que os esforços da China para sinicizar as igrejas se intensificam, os opositores enfrentam perseguição maior ainda. Mesmo assim, de acordo com a UCANews, críticos do PCC têm feito os esforços possíveis para denunciar a política de sinicização.

Wang Yang, membro do PCC, resumiu essa política num simpósio de 27 de janeiro em Pequim: “grupos religiosos devem unir a maioria dos adeptos religiosos em torno do PCC e do governo para forjar uma ‘energia positiva’ a fim de ajudar a realizar o ‘sonho chinês’”. Ele exortou os líderes religiosos a permanecerem no “caminho político correto” e a apoiarem fervorosamente o PCC. Seus comentários posteriores sugerem que o PCC ainda enxerga a fé cristã como uma ameaça de invasão cultural estrangeira que, por isso mesmo, deve ser estritamente controlada.

O relatório também registra o prosseguimento das demolições de igrejas por ordem do governo. Uma igreja de estilo gótico na diocese católica de Taiyuan foi destruída junto com o seu campanário em agosto. Em junho, uma igreja católica em Shijiazhuang havia sido destruída depois que o bispo Dong Baolu se recusou a ingressar no sistema de igrejas patrióticas administrado pelo regime. O relatório lista outras quatro cidades em que foram demolidos locais de culto de várias denominações cristãs, incluindo igrejas católicas.

A ChinaAid também examinou processos legais do governo contra cristãos por acusações forjadas que levaram a prisões injustas. Governos provinciais e locais detiveram cristãos em todo o país, negando-lhes visitas de advogados e familiares. O relatório denuncia punições desproporcionais para supostos crimes de crença, com prisioneiros enfrentando longos meses em cativeiro antes de chegarem aos tribunais.

Relatos de desaparecimentos de clérigos também continuam muito frequentes. O relatório destaca os casos de quatro bispos e pelo menos dez padres que desapareceram sem explicação.

O PCC também é acusado de assédio e intimidação constante de fiéis, o que inclui interrupção de cultos e peregrinações – até mesmo online.

Leia o relatório completo na ChinaAid.

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