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Um ordenamento e um desafio: sermos santos como nosso Pai

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Padre Reginaldo Manzotti - publicado em 12/09/23

O caminho de Deus tem pedras e espinhos, dificuldades que não são colocadas por Deus, mas pelo Inimigo. É o Demônio quem joga as pedras e quem coloca os espinhos para que não passemos, não avancemos na caminhada para Deus

Fomos não apenas chamados, mas ordenados: Ser santos como nosso Pai é santo (Mt 5, 48). Porém, viver a santidade é um desafio. Muitos carregam dentro de si três perguntas existenciais que são muito provocativas na área filosófica: De onde vim? Por que estou aqui? Para onde vou?

São perguntas que todas as religiões tentam responder e olhar de jeitos diferentes: Para onde vamos depois da morte? O que existe depois da morte, o que acontece depois do último suspiro? 

Deus nos criou porque o amor que Ele continha em si era tão grande, tão forte que Ele transbordou. A criação é um ato de amor de um Deus criador. A natureza é obra da criação e do amor.

O ser humano foi criado no amor, então: De onde viemos? Viemos do amor de Deus e não do acaso. O acaso não existe, mesmo em situações onde a gravidez foi indesejada, nós somos o transbordamento do amor de Deus.

Por que estamos aqui?

E por que vivemos? O Salmista fala: É assim a geração dos que procuram a face do Senhor Deus (Sl 23, 6). A procura de Deus leva-nos ao conhecimento e o conhecimento de Deus leva-nos a mergulhar no “eu” mais profundo. É mergulhar no coração onde está a plenitude do homem.

Nós somos nossa plenitude quando encontramos verdadeiramente o nosso ser. Parece um tanto abstrato, mas somos aquilo o que somos e o que Deus pensou para nós. 

Mas muitas pessoas estão perdidas. Tenho viajado muito de Norte a Sul e percebo que os problemas são basicamente os mesmos, só mudam de endereço, de Estado, de cidade. As pessoas estão carentes, necessitadas de respostas, de felicidade, de algo em que acreditar.  Essa ânsia de buscar e encontrar Deus só encontra sentido em Jesus.

A mística de Mateus apresenta Jesus como o novo Moisés. Moisés no Sinai recebe e transmite ao povo hebreu o Decálogo, conhecido como os 10 Mandamentos da Lei de Deus. Jesus na montanha transmite as Bem-aventuranças ou Sermão da Montanha. Então, se pudéssemos fazer uma comparação, diríamos que as Bem-aventuranças estão para nós, assim como os Dez Mandamentos estão para os judeus.

Nas Bem-aventuranças estão contidas as receita para a santidade. Bem aventurado quer dizer que traz ventura, muito feliz. Na teologia diz-se daquele que goza no céu a beatitude eterna.  Segundo o Catecismo da Igreja Católica “as bem-aventuranças ensinam-nos qual o fim último a que Deus nos chama: o Reino, a visão de Deus, a participação na natureza divina, a vida eterna, a filiação, o repouso em Deus” (CIC 1726).

Neste contexto há um detalhe que vale a pena destacar: Vivemos em meio a tribulações e quem se apresentar com as vestes brancas na frente do Cordeiro, na eternidade, para onde vamos, aqueles que passarem pelas provações lavando suas vestes, seu coração, sua alma no sangue do Cordeiro poderão se apresentar como Bem- aventurados diante de Deus.

Temos nossas tribulações, nossos medos e insegurança e até os santos, os amigos de Deus tiveram. O caminho de Deus tem pedras e espinhos, dificuldades que não são colocadas por Deus, mas pelo Inimigo. É o Demônio quem joga as pedras e quem coloca os espinhos para que não passemos, não avancemos na caminhada para Deus. 

Para onde vamos?

Depende. A morte não é o fim, agora, para onde vamos depende da vivência ou não das Bem-aventuranças, depende da nossa perseverança e de entender que o sofrimento, a cruz têm que nos santificar. Depende se somos ou não pobres em espírito, necessitados de Deus. Isso se de fato buscarmos com afinco e com dedicação a antecipação do Reino de Deus, se em nossa vida formos e exercitamos a mansidão, se formos construtores da paz e se a nossa vida estiver de acordo com a justiça de Deus. 

Viver com os pés só aqui na terra, sem vislumbrar as coisas espirituais leva-nos a três prejuízos: O de termos o coração sem misericórdia, o de não termos fidelidade e o de sermos inconstantes.

Jesus ressuscitou e tendo ressuscitado nos dá a garantia de que a morte não é o fim. Nós fomos criados por Deus para a eternidade, em Cristo recuperamos essa eternidade que tínhamos perdido pelos nossos pais na desobediência do paraíso.

Por isso, sejamos santos como nosso Pai que está nos céus e é santo!

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