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Languishing: sentimento de prostração tem nome

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paulaphoto | Shutterstock

Octavio Messias - publicado em 21/07/21

Ansiedade, falta de motivação e dificuldade de concentração podem ser considerados sintomas de languishing

Na pandemia, pessoas no mundo todo vêm se queixando de um sentimento de prostração, de falta de motivação e dificuldade de concentração. Nada tão severo como um quadro depressivo ou de burnout, mas uma espécie de filho do meio entre os dois, ainda distante da saúde mental plena edo nosso estado normal, como se tivéssemos nos tornado uma versão mais apagada de nós mesmos.

Como escreveu o psicólogo norte-americano Adam Grant em sua coluna no jornal New York Times, essa sensação meio “blah” que muitos andam sentindo durante a pandemia é chamada languishing, o que ao pé da letra pode significar definhamento ou, em uma tradução mais livre, sofrer de angústia.

Inimigo invisível

Cunhado pelo sociólogo Corey Keyes, o termo languishing refere-se uma sensação constante de estagnação e vazio interior. O que mais preocupa especialistas, além do fato de que pode evoluir a um quadro ansiolítico, é o fato de que, por ser uma condição mais branda, a grande maioria das pessoas que sofre com isso nem sabe que se trata de um problema comum, e permanecem sem buscar ajuda.

Languishing pode estar relacionado tanto a essa falta de perspectiva de quando todos estaremos vacinados e poderemos retomar nossas vidas como elas eram, assim como a um medo inconsciente de morrer em decorrência da Covid-19.

Por mais que nos cuidemos, ao sabermos da morte de tantas pessoas ao nosso redor, é natural que o nosso instinto de sobrevivência seja ativado. No entanto, diante da dificuldade para combater um inimigo que não pode ser visto, esse impulso acabaria diluído ao longo do tempo, convertendo-se em ansiedade e angústia.

Como lidar 

A sugestão de Adam Grant para lidar com o languishing é encontrar e se envolver em projetos ou atividades que tenham importância pessoal e que nos deem pequenas vitórias no nosso dia a dia, o que pode servir de estímulo, dar o senso de propósito que precisamos para retomar a motivação e, principalmente, o senso de presença necessária para enfrentar o nosso dia a dia.

A partir do momento em que estamos presentes, absorvidos por algo ou alguma atividade, a mente repousa. E essa presença, capaz de derreter nosso senso de tempo e espaço, seria justamente o que nos foi roubado pela pandemia e substituído por pensamentos negativos e ruminações.

Grant também sugere atividades de lazer, como jogos e esportes, ou até maratonar uma série do Netflix, desde que sem interrupções. Qualquer coisa que te transporte de onde você está e permita que a sua mente descanse. 

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DepressãoPandemiaSaúde
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