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Joe Biden repete que defenderá o aborto “com todos os recursos”

JOE BIDEN

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Francisco Vêneto - publicado em 24/01/22

Alegadamente católico, o presidente democrata diz que "o direito ao aborto está sob ataque como nunca antes"

O presidente democrata norte-americano Joe Biden, embora alegue ser católico e se permita inclusive comungar publicamente, voltou a afirmar que defenderá o aborto “com todos os recursos que temos”. Ele acrescentou que o aborto “é um direito que acreditamos que deve ser codificado em lei e estamos comprometidos em defendê-lo com todos os recursos que temos”.

A declaração de Joe Biden foi feita por ocasião dos 49 anos da legalização do aborto nos Estados Unidos, em 22 de janeiro de 1973. Há quase meio século, a Suprema Corte do país emitiu a sentença do caso “Roe versos Wade”, que foi nada menos que uma farsa: a “Jane Roe” em questão era o pseudônimo da jovem Norma McCorvey, que mentiu à Suprema Corte alegando ter engravidado em decorrência de um estupro que, na verdade, jamais havia sido perpetrado. Ela admitiu a mentira vários anos depois, declarando ter sido manipulada na época por ativistas pró-aborto, em particular pelas duas jovens advogadas que a tinham procurado e orientado a recorrer ao supremo tribunal para obter o “direito” a abortar. Norma, no entanto, não abortou: enquanto o seu caso era julgado, ela deu à luz uma filha e a entregou para adoção. Na década de 1990, Norma se converteu ao catolicismo e passou a defender publicamente o direito à vida. Ela morreu em 2017.

Joe Biden fez menção à sentença Roe versus Wade ao afirmar que “o direito constitucional estabelecido no caso Roe versus Wade há quase 50 anos está hoje sob ataque como nunca antes”. O alegado “ataque” é o caso Dobbs versus Jackson Women’s Health Organization, atualmente sob análise da Suprema Corte: trata-se de uma lei estadual do Mississippi que restringe a grande maioria dos abortos após a 15ª semana de gravidez. Se a Suprema Corte decidir favoravelmente à lei pró-vida do Mississippi, a sentença Roe versus Wade pode ser revertida.

Na véspera de 22 janeiro, dezenas de milhares de cidadãos norte-americanos realizaram mais uma edição da Marcha pela Vida na capital do país. A marcha em defesa do nascituro costuma ser feita no próprio aniversário da sentença que legaliza o seu extermínio, visando conscientizar o público sobre as graves consequências dessa lei: desde a sua aprovação em 1973, quase 65 milhões de bebês em gestação foram exterminados legalmente em pleno útero materno.

A incoerência de Joe Biden ao declarar-se católico e agir em aberta oposição à doutrina da Igreja é nitidamente criticada pela maior parte dos bispos católicos do país e do exterior, como é o caso de dom Joseph Naumann, arcebispo de Kansas City e presidente do Comitê de Ações Pró-Vida da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos: em outubro de 2021, ele se disse decepcionado com o presidente e exigiu que ele atue “como o católico devoto que afirma ser”.

Em resposta, Joe Biden acaba de reiterar que defenderá o aborto “com todos os recursos”.

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