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Formação da consciência: como minimizar o perigo moral?

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matsiukpavel | Shutterstock

Robert McTeigue, SJ - publicado em 18/11/20

Um caminho moralmente mais seguro é aquele que “mais seguramente preserva a lei moral, e mais certamente evita o pecado"

Sobre a formação da consciência e o perigo moral, imagine a seguinte situação: você tem que tomar uma decisão importante. As apostas são altas, o resultado não é claro, a informação é incompleta ou não confiável e vários princípios podem ou não ser aplicáveis. Compreensivelmente, algumas pessoas ficam paralisadas e incapazes de decidir. Já outras parecem ficar permanentemente paralisadas.

Eu me refiro a essas pobres almas coletivamente como os “Oblatos do Perpétuo Discernimento”. Infelizmente, ainda há mais pessoas dizem: “Eu sei o que fazer! Vou apenas seguir a minha consciência!” Isso é triste porque, como já observei nesta série de artigos, quando as pessoas fala em “seguir a consciência”, na verdade, na maioria dos casos estão falando sobre ceder a qualquer emoção que seja a mais forte no momento.

Esse caminho na maioria das vezes leva a desastres grandes ou pequenos e, talvez ainda pior, solidifica aquele mal-entendido comum sobre a consciência. No entanto, decisões morais importantes podem ser exigidas num contexto de informações imperfeitas e de uma consciência duvidosa. O que fazer então?

Moralmente lícito

O objetivo em tais situações é encontrar o que certamente é moralmente lícito para uma pessoa em estado de dúvida sobre o que deve ser feito.

As etapas para resolver essa dúvida prática são chamadas de “formar a própria consciência”.

Vejamos o sucinto resumo do padre jesuíta Austin Fagothey:

O processo de formação da consciência é realizado pelo uso de princípios reflexivos, assim chamados porque a mente os usa enquanto reflete sobre o estado de dúvida e ignorância em que se encontra. Dois desses princípios são aplicáveis ​​aqui: 1) O caminho moralmente mais seguro deve ser escolhido. 2) Uma lei duvidosa não impõe. O primeiro princípio pode sempre ser usado, mas o segundo está sujeito a restrições muito definidas.

Princípios

Com relação ao primeiro princípio, vamos apresentar uma definição e, em seguida, considerar algumas aplicações. Um caminho moralmente mais seguro é aquele que, como diz Fagothey, “mais seguramente preserva a lei moral, e mais certamente evita o pecado”.

Como qualquer soldado combatente pode lhe dizer, às vezes o caminho moralmente mais seguro também pode ser o caminho fisicamente mais perigoso. Isso não deve nos surpreender. A maturidade moral sempre requer a presença e o exercício da fortaleza. A clareza moral nem sempre inclui facilidade.

É sempre permitido seguir o caminho moralmente mais seguro. Por exemplo, se em um determinado caso você não é obrigado a agir, mas não tem certeza se tem permissão para agir, é melhor abster-se de agir.

Exemplo de boa formação da consciência

Um exemplo simples: você divide um apartamento com seu colega de quarto. Na geladeira, você vê uma garrafa de refrigerante sobrando do pacote de seis que você concordou em compartilhar com seu colega de quarto. Você não se lembra se o último refrigerante que sobrou, que você tanto deseja, é realmente dele ou seu. Você não é obrigado a beber o refrigerante; o caminho moralmente mais seguro seria recusar-se a beber o refrigerante para evitar tomar o que não é seu por direito.

Por outro lado, em uma dada situação, você pode ter permissão para agir, mas tem dúvida se é obrigado a agir. Suponha, por exemplo, que você receba um presente generoso de sua avó. Você deve enviar a ela uma mensagem de agradecimento, é claro. Mas não se lembra se já o fez ou não. Você pode enviar uma mensagem de agradecimento como sendo o caminho moralmente mais seguro. Afinal, se você já tiver enviado uma nota, não há mal nenhum em enviar uma segunda. No caso de você ainda não ter enviado a mensagem, esse caminho de ação evita ser descortês com sua avó.

Às vezes, você pode ser obrigado a escolher o caminho moralmente mais seguro. Por exemplo, se você é um mecânico de automóveis consertando um problema de freio de um carro, pode ter a “opção”, digamos, de escolher um remendo barato que provavelmente funcionará, ou um remendo mais caro que certamente funcionará. O caminho moralmente mais seguro é escolher o conserto e o material mais confiável.

E os casos em que a própria obrigação é o que está em dúvida? Essa é uma pergunta difícil, que abordarei no próximo artigo. Até então, vamos nos manter em oração.

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Tags:
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